Conheça os principais fatores de risco associados ao comportamento suicida

 
O reconhecimento dos fatores de risco e dos fatores protetores é fundamental e pode ajudar o profissional de saúde a determinar clinicamente o risco e, a partir desta determinação, estabelecer estratégias para reduzi-lo. Os dois principais fatores de risco são:  
  • tentativa prévia de suicídio
  • doença mental.
A tentativa prévia de suicídio é o fator preditivo isolado mais importante. Pacientes que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente. Sabemos que quase todos os suicidas tinham uma doença mental, muitas vezes não diagnosticada, frequentemente não tratada ou não tratada de forma adequada. Os transtornos psiquiátricos mais comuns incluem depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas e transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja, quanto mais diagnósticos, maior o risco. A tabela abaixo ilustra os principais fatores de risco associados ao comportamento suicida.
 

 Fatores de Risco


Doenças mentais
Aspectos sociais




  • Depressão;
  • Transtorno bipolar;
  • Transtornos mentais relacionados ao uso de álcool e outras substâncias;
  • Transtornos de personalidade;
  • Esquizofrenia;
  • Aumento do risco com associação de doenças mentais: paciente bipolar que também seja dependente de álcool terá risco maior do que se ele não tiver essa dependência.


  • Gênero masculino;
  • Idade entre 15 e 30 anos e acima de 65 anos;
  • Sem filhos;
  • Moradores de áreas urbanas;
  • Desempregados ou aposentados;
  • Isolamento social;
  • Solteiros, separados ou viúvos;
  • Populações especiais: indígenas, adolescentes e moradores de rua.
 
Aspectos psicológicos
Condição de saúde limitante




  • Perdas recentes;
  • Pouca resiliência;
  • Personalidade impulsiva, agressiva ou de humor instável;
  • Ter sofrido abuso físico ou sexual na infância;
  • Desesperança, desespero e desamparo.


  • Doenças orgânicas incapacitantes;
  • Dor crônica;
  • Doenças neurológicas (epilepsia, Parkinson, Hungtinton);
  • Trauma medular;
  • Tumores malignos;
  • AIDS.


Suícidabilidade: Ter tentado suicídio, ter familiares que tentaram ou se suicidaram, ter ideias e/ou planos de suicídio.
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Os fatores protetores são menos estudados e geralmente são dados não muito consistentes, incluindo: autoestima elevada; bom suporte familiar; laços sociais bem estabelecidos com família e amigos; religiosidade independente da afiliação religiosa e razão para viver; ausência de doença mental; estar empregado; ter crianças em casa; senso de responsabilidade com a família; gravidez desejada e planejada; capacidade de adaptação positiva; capacidade de resolução de problemas e relação terapêutica positiva, além de acesso a serviços e cuidados de saúde mental. Durante uma avaliação do risco de suicídio em um indivíduo, os fatores de proteção não devem ser usados para obscurecer aqueles fatores que identificam o risco de suicídio.
 
Fonte: abeps.org.br 

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