Fístulas Obstétricas: Pobreza e Negligência com a Saúde Materna

Fístulas obstétricas e uma conexão anormal entre o reto e a vagina.

 

Um milhão de mulheres vive com fístulas obstétricas no mundo, segundo a Worldwide Fistula Fund (Fundo Mundial de Fístulas). A enfermidade consiste em um rasgo entre a vagina e a bexiga ou a vagina e o canal retal, através do qual escapam urina e fezes que, nessa situação, não podem ser controladas pela mulher.

A africana Irene é uma dessas garotas. Em entrevista por e-mail à revista GALILEU, ela contou que, aos 13 anos, estava grávida e sozinha: seus pais haviam morrido e, ao descobrir sobre a gravidez, o namorado a deixou. Após entrar em trabalho de parto, a jovem passou cinco dias inconsciente para acordar com cateteres em seu corpo e a notícia de que seu bebê não havia sobrevivido.

Irene percebeu então que havia um cheiro forte saindo de seu corpo e que sua cama estava suja de urina. Segundo o médico, ela havia desenvolvido uma fístula obstétrica. Ferimentos do tipo costumam acontecer a partir de partos mal feitos ou realizados em situações precárias, o que explica a grande ocorrência em regiões pobres. Por ano, entre 50 mil e 100 mil novos casos de fístulas obstétricas são registrados em países em desenvolvimento.
 
Durante o nascimento de um bebê, o processo pode ser interrompido pelo tamanho da cabeça da criança, muito grande para a pélvis da mãe, ou porque essa região do corpo da mulher é menor que o normal. Com a falta de recursos, é quase impossível realizar uma cesariana de emergência, e o bebê tem que passar por um pequeno canal.

Em regiões com problemas de saúde pública, alguns partos têm que ser adiados por horas ou até dias, dependendo da situação do hospital. Essa é outra questão que coloca em risco a saúde das mães e dos bebês. Não são raros os casos em que as crianças nascem mortas, o que acarreta em ainda mais sofrimento para as mães.
 


A condição ainda não é tão discutida quanto deveria, e isso é um problema. A questão reside no fato de que países desenvolvidos não têm mais esse problema. “Isso se tornou um infortúnio para os países em desenvolvimento e foi categorizado como um problema de saúde feminina em vez de geral e até mesmo por falta de estrutura adequada e equipamentos necessários,

O tratamento Segundo os Médicos Sem Fronteiras, o reparo do “rasgo” entre a vagina e a bexiga ou o canal retal pode durar apenas 45 minutos. O procedimento consiste em costurar o tecido previamente rompido e fazer outras reparações simples, se necessário. Após o procedimento, o ideal é que a mulher faça movimentos pélvicos para fortalecer a musculatura e ande mantenha um cateter ligado à bexiga por algumas semanas.

Fonte: Revista Galileu


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