Fístulas Obstétricas: Pobreza e Negligência com a Saúde Materna
- 07:08
- By simoni
- 0 Comments
Fístulas obstétricas e uma conexão anormal entre o reto e a vagina.
Um milhão de mulheres vive com fístulas
obstétricas no mundo, segundo a Worldwide Fistula Fund (Fundo Mundial de
Fístulas). A enfermidade consiste em um rasgo entre a vagina
e a bexiga ou a vagina e o canal retal, através do qual escapam urina e
fezes que, nessa situação, não podem ser controladas pela mulher.
A
africana Irene é uma dessas garotas. Em entrevista por e-mail à revista GALILEU, ela contou que, aos 13 anos, estava grávida e sozinha: seus
pais haviam morrido e, ao descobrir sobre a gravidez, o namorado a
deixou. Após entrar em trabalho de parto, a jovem passou cinco dias
inconsciente para acordar com cateteres em seu corpo e a notícia de que
seu bebê não havia sobrevivido.
Irene percebeu então que havia um
cheiro forte saindo de seu corpo e que sua cama estava suja de urina.
Segundo o médico, ela havia desenvolvido uma fístula obstétrica. Ferimentos
do tipo costumam acontecer a partir de partos mal feitos ou realizados
em situações precárias, o que explica a grande ocorrência em regiões
pobres. Por ano, entre 50 mil e 100 mil novos casos de fístulas
obstétricas são registrados em países em desenvolvimento.
Durante o nascimento de um bebê, o processo pode ser interrompido
pelo tamanho da cabeça da criança, muito grande para a pélvis da mãe, ou
porque essa região do corpo da mulher é menor que o normal. Com a falta
de recursos, é quase impossível realizar uma cesariana de emergência, e
o bebê tem que passar por um pequeno canal.
Em regiões com
problemas de saúde pública, alguns partos têm que ser adiados por horas
ou até dias, dependendo da situação do hospital. Essa é outra questão
que coloca em risco a saúde das mães e dos bebês. Não são raros os casos
em que as crianças nascem mortas, o que acarreta em ainda mais
sofrimento para as mães.
A
condição ainda não é tão discutida quanto deveria, e isso é um
problema. A questão
reside no fato de que países desenvolvidos não têm mais esse problema.
“Isso se tornou um infortúnio para os países em desenvolvimento e foi
categorizado como um problema de saúde feminina em vez de geral e até mesmo por falta de estrutura adequada e equipamentos necessários,
O tratamento Segundo os Médicos Sem Fronteiras, o reparo do “rasgo” entre a vagina e a bexiga ou o canal retal pode durar apenas 45 minutos. O procedimento consiste em costurar o tecido previamente rompido e fazer outras reparações simples, se necessário. Após o procedimento, o ideal é que a mulher faça movimentos pélvicos para fortalecer a musculatura e ande mantenha um cateter ligado à bexiga por algumas semanas.
Fonte: Revista Galileu
0 comentários